domingo, 27 de junho de 2010

Tradição e Aristocracia na Moda.

Sociedade sem Moda – Era da Tradição.


Característica principais das sociedades ditas sem Moda ( grega, romana, egípcia, mesopotâmica, cretense e bizantina).


- Legitimidade incontestável do legado ancestral;


- Valorização da continuidade social. Gerou regra da imobilidade, repetição de modelos herdados, conservadorismo da maneira de ser e parecer;


Expressão estética resultante da tradição.


- Há o comércio e trocas culturais e de produtos que provocam mudanças lentas nos trajes, mas de forma exógena (introduzida de fora, causas externas), constituindo uma nova regra, tradição;


- Surgimento de estamentos sociais, criando hierarquias cuja distinção firma-se na conotação sagrada de panos, cores, adornos e rituais; (algumas sociedades terão leis suntuárias para impedir o afrontamento da tradição em sua aparência).


- O adorno pessoal é reduzido, sem características de fantasias estéticas ou busca de efemeridades;


- O padrão estético continua firmado na tradição e impede a autonomia do “gosto”.


- Na elite havia jogs de composições e permutações, mas não inovação formal.


Ou seja, a partir destas informações resumimos que, nas sociedades de estado não havia moda como a que vivenciamos hoje e sim, uma cultura de distinção de classes - para que houvesse uma organização social -.
As vestimentas usadas naquela época eram iguais para praticamente todas as camadas populacionais, a diferença encontra-se, por vezes, no tamanho da roupa, no modo como ela é amarrada (ressaltando que, quanto mais amarres, dobras e volume de panos na roupa, mais nobre era a pessoa, afinal, quem conseguiria fazer trabalho brassal com quilos de tecido postos e sobrepostos por ombros, cintura ou indo até o chão?), nos adornos e nas cores. Tudo era questão de distinção, não havia competição ou desejo de mudança como a que vemos em nossa sociedade efêmera nos dias de hoje.
Mas, é claro que não podemos dizer: NUNCA houve mudanças. Mudanças só ocorriam quando um povo era conquistado pelo outro, assim havia a necessidade de adaptação de algumas questões na tradição e modo de vivência. Podemos ainda, destacar que essa época é também chamada de Era da Tradição, onde costumes, vestimentas, e religião faziam parte de uma única vertente envolta pelo seu povo.


Resumo de capitulo: “A moda e o ocidente: o momento aristocrático”. In: LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. pg 23 a 68.

- Houve mudanças no decorrer do tempo nas sociedades antigas, pois ocorreram conquistas, importações e contato entre diferentes povos, mas a mudança acaba sendo cristalizada em norma coletiva permamente: o princípio de imobilidade prevalece. O que existem são influências ocasionais ou relações de dominação.


- Não há sistema de moda senão quanto o gosto pelas novidades se torna um princípio constante e regular, quando funciona como uma exigência cultural autônoma: dessa forma pode-se organizar um sistema de frivolidades em movimento perpétuo, uma lógica do excesso, um reino do efêmero sistemático sem amanhã. Essa moda no sentido restrito não aparece antes da metade do século XIV, quando há o aparecimento de um vestuário novo, nitidamente diferenciado segundo os sexos: longos e justo para a mulher e curto e ajustado para o homem. A toga, longa e flutuante, usada por ambos os sexos durante séculos foi substituída: Gibão – jaqueta curta e estreita unida a calções colantes – para os homens; vestido justo, põe em evidência o busto, os quadris e a curva das ancas, além de alongar o corpo. Ambos os trajes exaltam os atributos femininos e masculinos. Há a reestruturação das silhuetas.



A moda do século XIV ao XIX – Era Aristocrática.


-> Séculos XIV ao XV – início da moda com a quebra da ancestralidade, individualização e valorização do presente e do novo.

- Trajes diferenciam-se conforme os sexos;

- Busca da auto-promoção, ou seja, o homem passa a se preocupar consigo mesmo.


-> Séculos XVI ao XVIII – desenvolvimento da burguesia. A riqueza produzia e os novos valores morais e sociais quebram com as leis suntuárias estabelecidas, e os estamentos deixam de existir para surgir as classes sociais.

- A aparência tem teor nacional e forte poder político;

- Os artesãos costureiros reproduzem a vestimentas ditadas nas cortes principescas;

- Capricho e artifício em desmedida para as roupas de ambos os sexos, mas principalmente para a masculina;

- Uso da moda como instrumento de representação e afirmação social da elite por meio de: sofisticações teatrais;

- A moda é extremamente individualizada.


-> Século XIX e XX – apogeu da sociedade burguesa e do narcisismo individualista.

- Preponderância da moda feminina, enquanto a masculina tornou-se mais discreta e sóbria;

- A moda instituiu-se como lógica social, produzindo junto com a burguesia e o estado moderno/liberal;

- A revolução democrática;

- Moda massificada, a partir da ata costura até a publicidade das grandes indústrias.




1 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do texto, Mas você poderia fazer os resumos do livro o império do efêmero por capitulos ou tópicos, ia ser legal, porque ai você veria o que fala cada capítulo mais detalhadamente sem ter que lê-lo completo e não precisa ler tudo na mesma hora super resumidão.

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